ESTUDANTE INTERNACIONAL REVELA NÃO SENTIR ACOLHIDO NOS PRIMEIROS MOMENTOS NA UFSC “PASSEI POR PROCESSO DE ACOMODAÇÃO SOZINHO”
Crasimir Sambé, estudante internacional da Guiné-Bissau, doutorando em Política Linguística pela UFSC – Florianópolis, revelou em entrevista ao blog “Fala de estudantes Internacionais da UFSC”, que não se sentiu acolhido nos seus primeiros dias na Universidade e teve que passar por processo de acomodação sozinho durante aquele período:
“Passei uma semana almoçando sozinho na restaurante universitário sem ter ninguém para conversar, percebi que talvez as pessoas me evitava por razões que não quero cogitar que seria, isso foi um pouco chocante” começou por lamentar para de seguida revelar que é um assunto comum com estudantes internacionais sobretudo africanos.
“Depois tive conversa com alguns conterrâneos africanos, nomeadamente guineenses e angolanos, disseram a mesma coisa, que nas primeiras semanas tiveram essa sensação de as pessoas não quererem compartilhar a mesma mesa com eles” finalizou.
Crasimir Sambé também é músico, obteve mestrado em Política Linguística pela UFSC no semestre passado, depois de ter licenciado em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileiro (UNILAB), começou neste semestre doutorado na mesma área do mestrado.
Nessa entrevista contou uma “cena dramática” que passou com uma menina no caminho pela universidade:
“Teve um dia, eu estava indo para universidade, do nada uma menina teve que mudar de direção para não se encontrar comigo, e é uma cena bem comum com todo africano aqui…” lamentou.
Por fim, Crasimir acredita que tanto a UFSC, assim como outras instituições universitárias do Brasil “focam mais na formação intelectual, deixando de lado o componente humano”, para ele é urgente mudar essa lógica dando mais relevância à formação humana.